quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Erro no. 5: Aula chata do começo ao fim

Erro no. 5: Aula chata do começo ao fim

Por: Roseli Brito 
“ Professora, sua aula é muito chata”, “A hora não passa na sua aula” , “Detesto a aula daquela Professora”. Quem não ouviu ou falou alguma destas frases que atire a primeira pedra.
Lembra que no primeiro artigo desta série “ 5 Erros que os Professores cometem e como evitá-los”, falei que são vários os motivos que fazem com que surja a indisciplina na sala de aula, porém que alguns desses motivos somos nós mesmos, enquanto Educadores que, inconscientemente, ou conscientemente, cometemos por meio das nossas práticas, postura e falta de procedimentos.
Erros que se, devidamente, ajustados, minimizarão em muito vários problemas de indisciplina que ocorrem dentro da sala de aula e desgastam muito o Professor.
Os Erros que vimos até agora foram:
- Erro no. 1: Disciplinar toda a sala de uma só vez
- Erro no. 2: Bater boca com o aluno, ao invés de dar a direção do que fazer
- Erro no. 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e …….não cumprir
- Erro no. 4: Uso de linguagem não verbal de forma inadequada
Como foi pontuado em cada um dos artigos acima, os ajustes requeridos envolvem mudança em algum dos seguintes quesitos: mudança de postura, procedimentos ou práticas pedagógicas. Todas as sugestões apontadas nos 5 Erros envolvem, na maioria das vezes, correções rápidas de serem feitas e implementadas.
O próximo erro trata de mudança de procedimentos e práticas pedagógicas, pois está diretamente ligado ao Plano de Aula, e geralmente o mesmo não contempla que o aluno fique ocupado e motivado todo o tempo da aula.
O Erro no. 5 : “ Aula chata do começo ao fim” é a fala no. 1 de grande parte dos alunos, principalmente do Fundamental II em diante. Mas o que é uma aula “chata” ? Para responder a esta questão convoco VOCÊ a pensar qual foi a aula mais massante, interminável, sem sentido, estafante, que você já teve na sua vida.
Agora, pense: por quê foi massante? Sem sentido? Chata? O Professor falou demais? Não alinhavou o conteúdo teórico com casos práticos ? Não intercalou dinâmicas e atividades práticas ? Não propôs desafio ? Não demonstrou o uso daquele conhecimento na solução de um caso real ? Não variou na metodologia? Repetiu o mesmo tipo de aula várias vezes ? Não promoveu a interação e participação do grupo ? O Professor valorizou mais a “decoreba” que o aprendizado real ? O Professor levantou as necessidades e expectativas do grupo ? O Professor verificou se as suas necessidades estavam sendo atendidas? O Professor monitorou o seu aprendizado ? O Professor elaborou um plano para dar conta das dificuldades do grupo ? O Professor possibilitou que o grupo praticasse os novos aprendizados propondo tarefas significativas e diferenciadas ?
Como você já constatou, todas as questões acima são extremamente relevantes quando realizamos um curso. No caso do ensino de adultos, a ciência que dá conta disso é a Andragogia, mas isso é tema para outro artigo.
No caso do ensino de crianças e jovens, é a Pedagogia que deve dar conta de responder pela organização da aula, do ambiente, da criação de procedimentos, do uso de diversificadas práticas de ensino, enfim, ferramentas que você precisa lançar mão para atingir o objetivo: fazer os alunos aprenderem.
Convido você a olhar para o seu Plano de Aula e fazer as mesmas perguntas que fiz acima. Só deste modo você saberá onde estão os gargalos que dificultam o melhor andamento das suas aulas, e ao descobrí-los poderá criar novas formas de contorná-los, ou melhor ainda “ desatá-los”, implementando novas práticas de ensino, mudando sua postura no trato com os alunos, o que inevitavelmente trará um renovo ao seu dia a dia e às suas aulas.
Se após a realização desse “ Raio X” no seu Plano de Aula, ainda restar dúvidas, pergunte aos seus alunos. Isso mesmo, realize uma Enquete e pergunte o que, ao ver deles, torna uma aula chata. Desta forma você terá o feedback diretamente daqueles que assistirão as suas aulas: os alunos.
Sua aula já foi chata e agora não é mais? Compartilhe as novas práticas que você implementou. E se você ainda está amargando os comentários malvados dos alunos por causa das aulas que eles reclamam, saiba que compartilhando você corre o risco de receber muitas idéias para implementar.

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